Tratamento de Recessões Gengivais: Uma Realidade Clínica Diária

As recessões gengivais localizadas fazem parte do escopo de tratamentos que o Cirurgião-dentista enfrenta no seu dia-a-dia. Invariavelmente pequenas alterações no zênite gengival causam ao paciente e ao profissional temor em virtude da evolução crônica. Associa-se, ainda, a força gerada pela paciente em sua manutenção de higiene diária, mas sobretudo, pela ocorrência e resolução de processos inflamatórios entre as consultas periódicas com o clínico.

De toda sorte, os tratamentos dessas recessões exigem treinamento profissional intenso para o sucesso em longo prazo dos procedimentos cirúrgicos periodontais. Para tal, além da habilidade técnica adquirida pelo Cirurgião-dentista, exige-se a utilização de técnicas delicadas, a manutenção da integridade dos tecidos manipulados, alguns materiais e instrumentais de alta qualidade e, principalmente, o cuidado do paciente na fase cicatricial.

Acompanhando essa realidade dos consultórios Odontológicos, o Prof. Dr. Luciano Mayer e sua Equipe apresentam um caso clínico que rotineiramente tratam em sua clínica localizada em Porto Alegre (RS), buscando a excelência na técnica cirúrgica associada a materiais de alta qualidade.

 

O PACIENTE

Paciente jovem, do sexo Feminino, 25 anos, leucoderma, compareceu à clínica em virtude de recessão gengival no elemento dentário 13 (canino superior direito) além da presença contínua de sensibilidade local ao frio. Na avaliação do sorriso o defeito era nítido e muito aparente. Através da sondagem periodontal pode-se concluir que haveria a necessidade de recobrimento de aproximadamente 6mm de exposição radicular.

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O RECOBRIMENTO RADICULAR

 Este procedimento envolveu a realização de três etapas cirúrgicas: na primeira etapa foi abordada a área afetada pela lesão para tunelização, neste caso do dente 13; uma segunda abordagem foi feita no palato duro para remoção do enxerto utilizado no recobrimento radicular; e uma terceira etapa tratou do posicionamento e sutura para estabilização deste enxerto. A área doadora escolhida (palato) permite a remoção de um enxerto gengival conjuntivo, de maneira delicada, com a manutenção do epitélio palatino para cobertura do tecido ósseo, garantindo-se, assim, maior conforto pós-operatório do paciente.

 

1. Preparo da área receptora do enxerto (retração do #13)

 

Ainda sem descolamento de retalho, realizou-se com inserto piezocirúrgico CVDentus® DentSurg PRO® a remoção de remanescentes de cemento radicular, arredontamento de arestas de dentina e esmalte e redução do volume radicular em sua porção mais verstibular. Posteriormente, com lâminas oftamológias e microdescoladores promoveu-se o descolamento mucoperiostal e a divulsão do tecido da mucosa inserida até a linha divisória com a gengiva livre (retalho dividido à partir desse ponto) para obtenção de um túnel que será preenchido com o enxerto conjuntivo. Com esta fase terminada promoveu-se a aplicação de gel de EDTA (PrefGel®, Straumann®, Suiça) com o objetivo de remover a camada de esfregaço sobre a superfície de dentina exposta. Posteriomente, ainda sobre a superfície radicular, aplicou-se gel de amelogenina (Emdogain®, Straumann®, Suíça) buscando-se proporcionar condições ideais para reconstituição do tecido gengival retraído.

2. Remoção do enxerto conjuntivo do palato duro e reposicionamento sobre a área da recessão gengival

Após incisão linear em palato duro, realizou-se a remoção de tecido conjuntivo subepitelial, mantendo-se o epitélio íntegro para sutura e recobrimento do tecido ósseo.

Através do posicionamento de suturas com fio 5-0 montados em agulhas minimamente traumáticas, o enxerto é levado para a área doadora com auxílio de pinças e microdescoladores. Assim, a volume e a altura do zênite gengival é devolvido.

Após 20 dias do procedimento realizado a paciente retornou para remoção das suturas.

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Pós-operatório de 45 dias do procedimento de recobrimento radicular realizado no dente 13.

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Caso e Artigo escrito pelo Prof. Dr. Luciano Mayer
Clínica Mayer

Especialista em Implantodontia
Especialista em Prótese
Mestrando em Periodontia – SLMandic
Doutor em CTBMF – PUCRS
Pós-doutorado em Odontologia – UFBA
Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia – AGOR/RS

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